João Da Cunha Vargas (1900 – 1980)

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Hoje parece impossível falar em João da Cunha Vargas sem citar ou pelo menos lembrar de Vitor Ramil. Isso porque Alegrete e Pelotas se uniram em forma de milonga desde o final dos anos 90, quando Ramil começou a musicar poemas de Vargas. Falando um pouco sobre os dois: Vitor, pelotense, músico, templadista, gaúcho, admirador. E, João, alegretense, poeta, peão de estância, gaúcho, vivenciador.

O músico coloca o poeta em mesmo nível do português Fernando Pessoa e do argentino Jorge Luis Borges, expondo-o a ouvidos cujos olhos ainda não o conheciam. Ramil fez a maior divulgação de Vargas, que teve apenas um livro lançado após a sua morte. O poeta se considerava xucro para livros, assumia não ter ido além do aprendizado das primeiras letras. Assim, seus versos foram forjados e guardados em sua mente durante as suas tarefas de campo. Após acabava ditando-os a familiares e outros ele mesmo declamou em gravações.

É impossível não considerar a pureza dos versos de João da Cunha Vargas quando estes não foram poluídos por contextos morais e pela intelectualização. Quem se encontra com o poeta em forma de versos encontra-se com o folclore límpido e homogêneo. Em versos que saúdam a localidade de Mariano Pinto, em Alegrete, até em passagens sobre suas crenças, João nos faz sentir o que é o ser regional, e isto já basta.

5 Comentários

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5 Respostas para “João Da Cunha Vargas (1900 – 1980)

  1. Prezado Luiz, obrigado por trazer informações deste grande poeta gaúcho. Li no teu texto que o Cunha Vargas se achava “xucro”. Podes me passar as referências que pesquisaste, em especial, onde ele fala isso? Estou fazendo um artigo e gostaria de poder consultá-las. Obrigado!

  2. No inicio de minha vida profissional ai em Alegrete, meu torrao natal, tive a honra de conhecer esse grande poeta e notavel Alegretense que foi o Sr JC Vargas. Tenho no meu acervo pessoal o livro com suas belissimas e iluminadas poesias. Ele foi um grande amigo de meu pai hoje com 79 anos.

  3. LUÍS GUILHERME TARRAGÔ GIORDANO

    Meus parabéns pela homenagem a João da Cunha Vargas. Foi amigo de meu pai, Everton Severo Giordano, e de meu tio, Aliathar Severo Giordano, os quais recitavam.seus poemas nos dias em que a família se reunia. Meu pai tinha um galo de rinha em sociedade com ele chamado Nanico, que ganhou muitas rinhas. E também eram parceiros de carreiradas. MEUS PARABÉNS!

  4. Interessante citar que foi Sebastião Fonseca de Oliveira, aqui de Gramado/RS, um historiador e estudioso da cultura gaúcha quem apresentou uma fita com as gravações de JCV declamando seus maravilhosos poemas.
    Pra mim, o maior poeta da cultura riograndense. Disparado.
    Obrigatório o conhecimento de seus versos e sua história.
    O homem que levava os versos na memória.
    Magnífico!

  5. zezo vargas

    ……… bacana Luiz, te agradeço pelo espaço referente a Jocungas meu grande e único amigo !!
    quando adolescente perguntei: pai, tu não tens medo de morrer ?? Não filho, “não tenho medo da morte, eu tenho é medo desta tristeza, de ter que deixar vocês”

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