Mate-nos, mate nós

mate

Todos os dias tomamos mate. Às vezes na sala, às vezes na varanda, às vezes na praça perto de casa. Ritual fraterno e amoroso: É um beijo tabelado entre nossos lábios e a bomba. É quente como nosso amor e amargo como a vida, que tentamos, como todos, digerir todos os dias.

1 comentário

Arquivado em Meu

Aznar e o mundo

PedroAznar_soloporelmundo

Pedro Aznar quis mesmo demonstrar que estava sozinho, ficando à sós no palco, mas acompanhado de todo o mundo, que o assistia. Gravou A Solas Con El Mundo apenas com sua voz, violão e teclado, nada mais. As versões ficaram lindas. Interpretou do folclóre argentino à George Harrison, passando por Violeta Parra, Cazuza e Frejat.

Os audios foram gravados através de cinco apresentações em Buenos Aires. Foram apresentações altamente intimistas se pararmos para analizar que o músico estava em sua cidade natal e que era apenas ele e o público, cara a cara.

Aznar é surpreendente. Não pela ideia do íntimo com os fãs, tendo em vista que Drexler e Ramil já o fizeram inspirados em outros artistas, mas sim pela alta prática musical do artista. O cara é tão entendido de melodia e harmonia que vai do rock progressivo ao folclóre sem desagradar nenhum ouvinte.

Deixe um comentário

Arquivado em Latino América, Música

João Da Cunha Vargas (1900 – 1980)

JOÃO-DA-CUNHA-VARGAS-150x150

Hoje parece impossível falar em João da Cunha Vargas sem citar ou pelo menos lembrar de Vitor Ramil. Isso porque Alegrete e Pelotas se uniram em forma de milonga desde o final dos anos 90, quando Ramil começou a musicar poemas de Vargas. Falando um pouco sobre os dois: Vitor, pelotense, músico, templadista, gaúcho, admirador. E, João, alegretense, poeta, peão de estância, gaúcho, vivenciador.

O músico coloca o poeta em mesmo nível do português Fernando Pessoa e do argentino Jorge Luis Borges, expondo-o a ouvidos cujos olhos ainda não o conheciam. Ramil fez a maior divulgação de Vargas, que teve apenas um livro lançado após a sua morte. O poeta se considerava xucro para livros, assumia não ter ido além do aprendizado das primeiras letras. Assim, seus versos foram forjados e guardados em sua mente durante as suas tarefas de campo. Após acabava ditando-os a familiares e outros ele mesmo declamou em gravações.

É impossível não considerar a pureza dos versos de João da Cunha Vargas quando estes não foram poluídos por contextos morais e pela intelectualização. Quem se encontra com o poeta em forma de versos encontra-se com o folclore límpido e homogêneo. Em versos que saúdam a localidade de Mariano Pinto, em Alegrete, até em passagens sobre suas crenças, João nos faz sentir o que é o ser regional, e isto já basta.

5 Comentários

Arquivado em Latino América, Literatura, Música

Encuentro en el estúdio

Descobri da existência de um rico programa de televisão da Argentina: Encuentro En El Estúdio. Ele é um programa do canal educativo Encuentro, do Ministério da Educação da Argentina. Em cada edição, o apresentador e ex-radialista Lalo Mir conversa com cantores e grupos destacados da cena latino-americana, dos mais diversos gêneros. O apresentador é sempre acompanhado pelo famoso engenheiro de som Jorge “Portugués” da Silva.

O nome “Encuentro en el Estudio” se deve ao fato de ser gravado nos estúdios ION, onde foram registradas as músicas mais importantes da Argentina nos últimos 50 anos. Entre os grandes nomes que registraram suas obras ali estão:  Astor Piazzolla, Mercedes Sosa, Charly García, Fito Paes, Vinícius de Moraes e João Gilberto. Em entrevista ao programa, Pedro Aznar, que além de músico e compositor também é produtor musical, cita que a aparelhagem presente no estúdio ION foi a primeira digital em toda a Argentina.

Como anexo deixo a entrevista de Vitor Ramil de agosto de 2012, onde o músico pelotense fala sobre a Estética do Frio e sobre sua obra em geral, além de cantar algumas canções ao lado do argentino Carlos Moscardini. Entre as canções, destaco Deixando o Pago, que foi musicada em cima de um poema de João da Cunha Vargas, alegretense.

 

Deixe um comentário

Arquivado em Informação, Latino América, Música

Georgiagrama em três línguas

Girl

Entusiasmo

Orientación

Regalo

Gris

I love you

Amor

1 comentário

Arquivado em Literatura, Meu

O homem da erva

Barão do Cerro Azul era como chamavam Ildefonso Pereira Correia, paranaense. Foi o maior exportador de erva-mate do Paraná e maior produtor de erva-mate do mundo. Dizem que foi executado por razões morais referentes a revolução federalista.

1 comentário

Arquivado em Informação

O Homem Dos Casos

Nos conhecemos quando servimos juntos, em 73, no segundo regimento João Manoel, em São Borja. Eu entrei e ele já era cabo. Casou-se com a cozinheira, que para lhe ter servia panquecas às escondidas na cantina do quartel. Casou-se mais duas vezes e na terceira se tornou meu compadre. Carreguei-o e enfatiotei-o para a cerimônia. Emociou-me e hoje vive feliz perto da casa de minha infância, morando com seu amuleto em forma de mulher.

Deixe um comentário

Arquivado em Meu

O homem acha que pensa sem nem ao menos pensar

Um sujeito andando na contramão joga o carro contra outro de motocicleta. Acaba de acontecer ali na rua Pinheiro Machado, em Santiago. O cara do carro era um conhecido meu sem muito valor e agora com mais, porém negativos. O cara da moto era eu.

Esse tipo de atitude mostra que o homem é capaz de produzir máquinas maravilhosas, porém não sabe usá-las. Tome a tua cachaça na quantia que quiser e tente aparecer para as gurias como bem entender, mas tome consciência de que colocar outro organismo em risco é outra história.

Outro lembrete: ao usar uma máquina como potência pessoal tu não estás a usar tua força libidinal e sim dela. E, se a mulher que tu andas se agrada disso, arranje-lhe um carro, pois ela se interessa por isso e não por ti.

Deixe um comentário

Arquivado em Diário, Na estrada

Caso sobre nada

Num dia desses a guria chegou em casa e foi reto ao quarto. A família ficou preocupada. Pensaram em doença, mal de amor, indignação.

Após um convite para o jantar recusado, a mãe entrou no quarto cheia de indagações. Todas as perguntas foram negativadas, até que a genitora questionou firmemente, obrigando a filha a dar a resposta: “Não é nada”. A mãe espraguejou e saiu do quarto em direção à cozinha. Não havia reparado que o nada que era o problema.

Deixe um comentário

Arquivado em Meu

Evil Dead Contemporâneo

A vontade de manter os elementos do clássico trash-cult original em cena é latente. Se bem que  já era de se esperar com Sam Raimi, diretor da trilogia original, trabalhando como produtor.  A direção é de Fede Alvarez, um uruguaio que produziu o premiado curta Ataque de Pânico!. O elenco conta com um monte de gente desconhecida.

Sobre a história, quem não conhece teria diversão em ir atrás do original, já que parece que alguns fatos vão mudar, porém as cenas vão se repetir. O grande diferencial da produção atual é o alto investimento financeiro.

Minha grande preocupação é com a adoração (temporária, claro) pelo novo filme e o esquecimento do antigo, tal como foi com o Massacre da Serra Elétrica.

Abaixo segue o primeiro trailer de Evil Dead contemporâneo:

Deixe um comentário

Arquivado em Cinema, Informação